Falta de repasses faz empresa recolher ao menos 25 ônibus coletivos de Palmas; linhas já registram atrasos e superlotação
O site D12News recebeu denúncia de que pelo menos 25 ônibus do transporte público coletivo de Palmas teriam deixado a Capital com destino ao estado de São Paulo, onde fica a sede da empresa Sancetur - Santa Cecília Turismo LTDA, localizada em Paulínia (SP). A empresa é responsável pela prestação do serviço na Capital.
Segundo informações apuradas pelo site, o motivo seria a falta de repasses por parte da Prefeitura de Palmas, previstos no contrato firmado com a concessionária. Uma fonte ligada à própria empresa, que preferiu não se identificar, revelou ao D12News que a situação já vem gerando atrasos nas linhas do Eixão e da TO, além de superlotação nos horários de pico.
De acordo com a fonte, os ônibus teriam deixado Palmas na última semana, divididos em comboios de cinco veículos cada. Após o recolhimento, a empresa também teria suspenso o pagamento de horas extras aos motoristas, e muitos passaram a cumprir apenas a escala nas estações, sem ocupação efetiva.
Ainda conforme a fonte, o temor entre passageiros e motoristas é de que a situação leve o transporte público de Palmas de volta ao caos vivido anteriormente, marcado por atrasos, redução de frota, falta de veículos e manifestações de usuários.
O portal ouviu o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Operadores de Máquinas do Estado do Tocantins, José Antônio, que confirmou ter recebido a mesma denúncia sobre a falta de pagamento à empresa, mas afirmou não ter conhecimento sobre o recolhimento dos ônibus para fora do estado.
Contrato
O contrato emergencial, publicado no Diário Oficial do Município em 15 de abril deste ano, previa o repasse de R$ 196,2 milhões à empresa. No entanto, segundo a fonte, nada foi repassado pela Prefeitura até o momento.
O acordo, firmado de forma emergencial e sem licitação, determinava o fornecimento de 140 ônibus e 10 vans novas, além da administração do sistema de bilhetagem eletrônica, com vigência de um ano.
Conforme o que foi divulgado à época, todos os veículos deveriam contar com ar-condicionado, sistema de monitoramento interno e externo, acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, Wi-Fi, câmeras de segurança e tomadas para carregamento de celulares.
As vans, no entanto, nunca chegaram a circular e, segundo fontes ouvidas pela reportagem, seguem no pátio da empresa aguardando autorização da Prefeitura.
O que diz a Prefeitura
Em nota a gestão emitiu o seguinte posicionamento. A Prefeitura de Palmas, por meio da Agência de Transporte Coletivo (ATCP)esclarece que a operação do transporte público segue normalmente, sem alterações em horários ou linhas.
A empresa responsável pelo serviço, Sancetur (Santa Cecília Turismo Ltda), comunicou oficialmente à Agência que 14 ônibus – e não 25 como tem sido divulgado – foram levados a São Paulo para revisão especial dos itens de segurança, dentro da garantia de fábrica.
A ATCP reforça que a medida não interfere na operação, já que os veículos que foram levados fazem parte da reserva técnica, sendo usados apenas quando necessário.
Também é importante esclarecer que os pagamentos à empresa estão sendo feitos, conforme previsto em contrato. O modelo de pagamento é baseado na arrecadação da bilhetagem, somada à contrapartida da Prefeitura, e calculado por quilômetro rodado.
Portanto, não houve descumprimento de contrato por nenhuma das partes.
A ATCP reforça o compromisso da gestão em garantir um transporte público de qualidade e com segurança para todos os usuários.
A reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pela a empresa Sancetur. O espaço segue aberto para manifestações.