A arbitragem no centro das atenções: erro humano ou escolha conveniente?

Por Redação em 11/03/2025 09:54 - Atualizado em 11/03/2025 09:56
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A arbitragem no centro das atenções: erro humano ou escolha conveniente?
Natanael Oliveira é acadêmico de Direito e apaixonado por futebol - Foto: Arquivo pessoal

Mais uma vez, um clássico do futebol brasileiro foi marcado não apenas pelo desempenho dos jogadores em campo, mas também pelas decisões da arbitragem. O duelo entre Palmeiras e São Paulo, válido pela semifinal do Campeonato Paulista, terminou com um pênalti polêmico que definiu o placar e a classificação alviverde. O lance envolvendo Vitor Roque e Arboleda gerou revolta entre os são-paulinos e levantou uma questão recorrente: a omissão do VAR em momentos decisivos.

A tecnologia do árbitro de vídeo foi implementada para minimizar erros e tornar o futebol mais justo. No entanto, o que se viu no Allianz Parque foi o completo abandono desse propósito. O árbitro Flávio Rodrigues de Souza sequer revisou o lance, mantendo sua decisão sem a devida checagem das imagens. O que justifica tal atitude em um jogo de tamanha importância? A pressa em validar a marcação? A confiança irrestrita em uma percepção instantânea?

É inegável que o Palmeiras teve mais eficiência ao longo da partida e soube aproveitar suas oportunidades, mas o futebol não pode ser reduzido a mérito técnico quando a arbitragem influencia diretamente no resultado. A indignação são-paulina foi justificada, ainda mais diante de um histórico recente de decisões controversas beneficiando certos clubes.

Se o VAR veio para diminuir as margens de erro, sua omissão em lances capitais se torna, paradoxalmente, o maior erro de todos. Não há justificativa plausível para que um recurso tecnológico disponível não seja utilizado quando a dúvida é evidente. O que se viu na semifinal foi uma decisão que transcendeu a esfera técnica e adentrou o campo da negligência – ou, no mínimo, da incoerência.

No futebol, erros acontecem, mas quando eles se repetem e afetam sempre os mesmos protagonistas, a credibilidade do campeonato é colocada em xeque. O Palmeiras chega à final com um desempenho sólido, mas com uma classificação manchada por uma decisão arbitral duvidosa. Fica a reflexão: até quando o futebol brasileiro conviverá com a subjetividade de quem deveria apenas aplicar a justiça?

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