Anvisa aprova vacina do Butantan contra a dengue e distribuição pelo SUS começa já em 2026
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira (26) que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da Butantan-DV, primeira vacina de dose única contra a dengue do mundo, desenvolvida pelo Instituto Butantan. A aplicação das doses deve começar em 2026, de forma gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o Instituto Butantan, 1 milhão de doses já estão prontas para distribuição, e a expectativa é disponibilizar mais de 30 milhões até meados de 2026. A vacina foi aprovada para pessoas entre 12 e 59 anos, faixa etária que poderá ser ampliada conforme novos estudos forem concluídos.
Padilha destacou a relevância da conquista científica e da produção nacional do imunizante, classificando o momento como “uma vitória da ciência e do SUS”. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ministro reforçou a eficácia e segurança da nova tecnologia. A Butantan-DV demonstrou 74,7% de eficácia contra dengue sintomática e 89% de proteção contra as formas graves, segundo avaliação técnica da Anvisa.
O imunizante será integrado ao Programa Nacional de Imunização (PNI), e o Ministério da Saúde apresentará a estratégia de incorporação à Comissão Tripartite nesta quinta-feira (27). “Queremos começar a utilização dessa vacina no início do calendário vacinal de 2026”, afirmou Padilha.
A secretária-executiva da Saúde de São Paulo, Priscilla Perdicaris, ressaltou a importância de a vacina ser de dose única, destacando que isso facilita a logística e aumenta a adesão da população. O governador Tarcísio classificou o avanço como fundamental para ampliar a cobertura vacinal e reduzir as mortes pela doença.
O diretor-presidente da Anvisa, Leandro Pinheiro Safatle, celebrou o registro da Butantan-DV, destacando o orgulho nacional envolvido no desenvolvimento tecnológico e lembrando o apoio financeiro do BNDES e do Ministério da Saúde nas fases de pesquisa.
A vacina utiliza tecnologia de vírus vivo atenuado, método já empregado em imunizantes amplamente usados no Brasil, como tríplice viral, febre amarela e poliomielite.