Do voto à interrupção: ‘Tocantins vive ciclo de instabilidade com histórico de cassações, afastamentos e renúncias de governadores’

O Tocantins, estado mais jovem do Brasil, convive com uma crise política quase permanente que mina a confiança da população em seus governantes e compromete o desenvolvimento econômico. Desde 2006, quando Marcelo Miranda terminou seu primeiro mandato e foi cassado do cargo dois anos após sua reeleição, nenhuma gestão escolhida pelo voto popular conseguiu ser concluída até o fim.
O histórico de cassações, afastamentos e renúncias transformou o Palácio Araguaia em palco de instabilidade e insegurança institucional. Triste Tocantins e seu povo!!!.....
A lista é extensa. Marcelo Miranda e sua vice Cláudia Lelis tiveram seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral, em 2018, Miranda estava no 3º mandato. Antes, Siqueira
Campos, considerado o “pai do Tocantins”, e seu vice João Oliveira renunciaram em meio a disputas políticas, no ano de 2014. Mais recentemente, Mauro Carlesse foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob suspeita de corrupção, e acabou renunciando ao cargo.
Agora, nesta terça-feira, o atual governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e a primeira-dama, Karine Sotero, foram afastados do comando do Estado por decisão do ministro Mauro Campbell, do STJ, no âmbito de investigação da Polícia Federal sobre desvios de recursos públicos na compra de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19. Seu vice, Laurez da Rocha Moreira, recém filiado ao PSD, assume o cargo.
O resultado dessa sucessão de crises é devastador. Cada afastamento paralisa projetos, trava investimentos e aumenta a desconfiança de empresários e da sociedade. O Tocantins vive em um ciclo de incertezas que compromete sua estabilidade política e econômica. Para a população, sobra o sofrimento causado pela falta de continuidade administrativa e a sensação de que os interesses eleitorais e os jogos de poder em Brasília se sobrepõem às reais necessidades do povo tocantinense.
O afastamento de Wanderlei Barbosa é mais um capítulo de uma história marcada pela interrupção de mandatos, que não apenas enfraquece as instituições estaduais, mas também alimenta a descrença na política. O cidadão tocantinense, que já lida com os desafios de um estado em construção, se vê obrigado a conviver com a instabilidade crônica que parece não ter fim.