Ex-coordenador pedagógico que se passava por “vidente” em rede social é condenado a 21 anos de prisão por estupro de aluna de 11 anos
 
                        
                            Um ex-coordenador pedagógico de uma escola municipal de Pium, na região centro-oeste do Tocantins, foi condenado a mais de 21 anos de prisão pelos crimes de estupro de vulnerável, produção e aquisição de pornografia infantil, ameaça, perseguição e falsa identidade, praticados contra uma aluna de apenas 11 anos de idade. As informações são do Ministério Público do Tocantins (MPTO).
A sentença atendeu integralmente à denúncia do MPTO e foi proferida pelo juiz José Eustáquio de Melo Júnior, da 2ª Vara da Comarca de Cristalândia. A pena total foi fixada em 20 anos, 4 meses e 15 dias de reclusão, mais 1 ano e 2 meses de detenção e 42 dias-multa, em regime inicial fechado. O magistrado manteve a prisão preventiva e negou o direito de recorrer em liberdade.
A decisão também determinou a destruição dos celulares apreendidos, que continham material ilícito, e fixou indenização mínima de R$ 15.180,00 à vítima, a título de danos morais.
Para a promotora de Justiça Isabelle Figueiredo, a sentença “reforça a importância do combate à violência sexual infantojuvenil e à exploração virtual de crianças e adolescentes, uma das prioridades do Ministério Público do Tocantins”.
O caso
De acordo com a investigação, entre novembro de 2024 e março de 2025, o ex-coordenador criou um perfil falso nas redes sociais, se passando por uma suposta vidente que dizia prever o futuro. Utilizando esse disfarce, o homem coagia e ameaçava a menina, alegando que uma “maldição” cairia sobre sua família caso ela não enviasse fotos e vídeos íntimos.
As mensagens trocadas pelos aplicativos WhatsApp e Instagram revelaram forte manipulação psicológica e linguagem sexual explícita. As investigações comprovaram que os números de telefone e o perfil virtual usados pertenciam ao acusado.
O processo também demonstrou que o homem abusava sexualmente da vítima dentro da escola, aproveitando-se do cargo de coordenador pedagógico e alegando “estar incorporando o espírito da vidente” para justificar os atos libidinosos.
Em juízo, a vítima confirmou os abusos e relatou ameaças constantes, afirmando que o réu dizia “fazer uma reunião com seus pais para contar tudo” caso ela se recusasse a obedecer. Os pais da criança e outras testemunhas confirmaram as declarações durante o processo.
Na sentença, o juiz destacou que o condenado se aproveitou da confiança e da autoridade do cargo para manipular, coagir e violentar a vítima, causando severo abalo psicológico. O magistrado também rejeitou o pedido da defesa para substituir a pena por medidas alternativas. (Fonte: MPTO).
 
                        
                     
     
                
             
                
             
                
            