Ex-deputada se diz revoltada por suposta omissão da Polícia Civil

A ex-deputada estadual Luana Ribeiro divulgou, nesta sexta-feira (4), um vídeo em suas redes sociais em que faz duras críticas à Polícia Civil do Tocantins. Visivelmente exaltada, a ex-parlamentar afirmou estar “indignada” e “revoltada” com a corporação, após, segundo ela, uma pessoa próxima ter tido a casa invadida e aberta com auxílio de um chaveiro, sem autorização da proprietária. Veja a íntegra do vídeo aqui. 

“Uma pessoa ligada a mim teve um problema muito grave, o cara foi na casa dela e invadiu, abriu com chaveiro sem ser proprietário, foi pego em flagrante e a Polícia (Civil), nada fez”, afirmou Luana no post. Ela também questionou o atendimento prestado aos cidadãos comuns nas delegacias: “Eu fico pensando, o cidadão de bem comum quando vai numa delegacia como é atendido?”

Apesar das acusações, Luana Ribeiro não citou nomes nem informou em qual delegacia o caso teria ocorrido ou se a suposta vítima chegou a registrar boletim de ocorrência.
Em outro trecho do desabafo, a ex-deputada afirmou ter se decepcionado com a corporação, lembrando que, durante seu mandato, trabalhou pela criação das Delegacias da Mulher 24 horas. “Eu trabalhei tanto por essa Polícia Civil do Estado do Tocantins e acontece um negócio desse, é de se indignar demais. É por isso que acontece casos de feminicídio, é tudo muito solto, frouxo, desleixado, sem proteção. Estou falando de um caso grave, revoltante, que envolve violência psicológica, física, patrimonial, chantagem, extorsão, todo tipo de maldade que um homem pode fazer contra uma mulher”, disse.

Luana também fez ressalvas aos policiais que chamou de “de bem”, reconhecendo o trabalho dos que atuam com seriedade: “Vocês me desculpem, me perdoem, porque eu sei que tem muita gente boa na Polícia Civil, mas infelizmente hoje eu não consegui fazer com que a lei fosse cumprida. É por isso a minha revolta, a minha indignação, e eu vou dizer pra vocês, não foi a primeira vez”. Segundo ela, a Polícia Militar acompanhou o caso e “fez seu papel”.

Sindepol repudia declarações da ex-parlamentar

Poucas horas após a repercussão do vídeo, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (SINDEPOL-TO) divulgou uma nota de repúdio contra as declarações da ex-deputada. A entidade afirmou que Luana Ribeiro “buscou difamar a Polícia Civil” e que suas falas representam “ataques levianos” ao trabalho desenvolvido pela Delegacia da Mulher.

Segundo o sindicato, a atuação da corporação é pautada na legalidade, na técnica investigativa e no respeito aos princípios constitucionais. O documento explica que, no caso mencionado pela ex-deputada, a delegada plantonista ouviu todas as pessoas envolvidas e concluiu que não havia ilícito penal nem flagrante delito, tratando-se de um conflito de natureza cível, envolvendo bens adquiridos durante uma união estável.

Ainda conforme o Sindepol, a suposta vítima não compareceu à delegacia, e uma de suas filhas relatou a versão dos fatos. Ela teria informado que o imóvel em questão era usado como casa de aluguel por meio da plataforma Airbnb e que houve disputa patrimonial com o ex-companheiro, que também compareceu à unidade policial por conta própria.

O sindicato ressaltou que não foi constatada situação de risco de feminicídio e que o caso está sendo analisado com imparcialidade e rigor legal.
“É inadmissível que uma ex-deputada, pelo simples fato de ter ocupado cargo político, tente se colocar acima da lei ou utilize sua visibilidade pública para atacar instituições sérias e profissionais que se dedicam à defesa da sociedade”, afirmou o Sindepol, destacando que declarações desrespeitosas colocam em risco a credibilidade das instituições responsáveis pela proteção de mulheres em situação de vulnerabilidade.

A nota é assinada pelo presidente em exercício da entidade, delegado Gregory Almeida Alves do Monte, e encerra reafirmando o compromisso dos delegados com a legalidade, a imparcialidade e a justiça.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-TO) foi procurada pela reportagem e, assim que enviar posicionamento, a matéria será atualizada com as informações.