Governo de Israel aprova ocupação militar total da Faixa de Gaza

Nesta sexta-feira, 8, o gabinete de segurança de Israel aprovou oficialmente um plano que autoriza as Forças de Defesa de Israel (IDF) a tomar o controle total da Cidade de Gaza, ampliando ainda mais a ofensiva contra o Hamas após quase dois anos de conflito.
Segundo nota oficial, a operação faz parte de um programa maior com o objetivo de derrotar o Hamas. Ela inclui a evacuação de civis das zonas de combate, o deslocamento de até meio milhão de residentes para o sul da Faixa de Gaza e a distribuição de ajuda humanitária a populações fora das áreas de combates.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel não pretende governar permanentemente Gaza — a intenção é instaurar uma administração civil por países árabes ou outra entidade neutra, garantindo apenas segurança militar israelense. A decisão foi acompanhada da aprovação de cinco princípios norteadores para o fim da guerra: desarmamento do Hamas; retorno dos reféns; desmilitarização da Faixa de Gaza; controle de segurança israelense no território; e formação de uma administração civil alternativa, não ligada nem ao Hamas nem à Autoridade Palestina
Repercussões Domésticas e Internacionais
• Internamente, parte da cúpula militar, incluindo o chefe do Estado-Maior Eyal Zamir, manifestou preocupações sobre os riscos à vida dos cerca de 50 reféns restantes – estimando que apenas 20 ainda estariam vivos – além do desgaste das forças em uma operação prolongada e cara. O líder oposicionista Yair Lapid classificou o plano como um prelúdio a “outra guerra”, apontando para consequências humanas e financeiras graves The TimesAl Jazeerathenationalnews.com. Famílias dos reféns também protestaram, temendo que a escalada inviabilize qualquer negociação.
• No cenário internacional, houve condenações generalizadas. Reino Unido, Austrália e União Europeia expressaram oposição à medida, enquanto o vice-presidente da Comissão Europeia declarou que a ação de Israel estava beirando a definição legal de genocídio. A Alemanha suspendeu exportações militares, e inúmeros governos consideram a possibilidade de sanções e embargos.
Contextualização Histórica da Guerra
A ofensiva israelense começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e rendeu centenas de reféns. Desde então, a IDF reocupou áreas do norte de Gaza, destruiu infraestrutura do Hamas e aplicou bloqueios severos, incluindo operações como os corredores de segurança Philadelphi, Netzarim e Morag que dividiram a Faixa de Gaza em zonas controladas. Em maio de 2025, foi lançada a "Operação Carruagens de Gideão" com objetivo de eliminar as estruturas do Hamas e recuperar os reféns – incluindo a declaração de expansão territorial militar.