Israel vive êxodo sem precedentes com a guerra

Uma publicação do jornal O Globo, com da data deste domingo, 16, mostra muitos israelenses rumaram para outros países após o início da guerra com a Palestina. Caso do brasileiro-israelense Rafael Stern, de 36 anos, que decolou do Aeroporto Internacional Ben-Gurion, em Tel Aviv, em 17 de outubro de 2023, dez dias após o ataque do grupo terrorista Hamas à região sul do país. Uma semana antes da partida para estudar na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, junto com sua mulher, o casal descobriu que estava esperando seu primeiro filho.
A decisão de ir embora, conforme a reportagem, foi tomada antes do início da guerra, graças ao que Rafael definiu como “uma relação tóxica” com uma realidade que se tornou, em suas palavras, “pesada demais após a guinada política do país para a extrema direita, com Benjamin Netanyahu”. A guerra é vista por Rafael como “uma consequência dessa guinada”.
Muitos israelenses rumaram para outros destinos em 2023 e 2024, numa tendência que preocupa as autoridades locais. Segundo dados da Agência Central de Estatísticas de Israel, no ano passado 82.700 israelenses deixaram o país, superando amplamente os 55.400 emigrantes do ano anterior. Na década anterior à guerra, emigravam do país anualmente, em média, 37.100 cidadãos. Os mesmos dados oficiais indicam que cerca de 50% dos que deixaram Israel em 2024 são cidadãos israelenses que nasceram fora do país. Aproximadamente 15% dos que emigraram em 2024 haviam se mudado para Israel entre 2019 e 2023.
População em queda
A elevada taxa de emigração contribuiu para uma desaceleração no crescimento populacional do país, que foi de apenas 1,1% em 2024, em comparação com 1,6% em 2023.
— A guerra é uma consequência da chegada da extrema direita ao poder, que tem consequências na vida de todos. Ainda não sabemos se vamos voltar, existe uma vontade, mas criei uma espécie de barreira. Foi como sair de uma relação tóxica — explica Rafael, que morou oito anos seguidos em Israel antes de mudar-se para os EUA, onde faz um pós-doutorado relacionado a temas de meio ambiente.