PF mira deputado Ricardo Ayres, aliado do governador, em esquema de cestas básicas no Tocantins

Por Dermival Pereira em 03/09/2025 19:45 - Atualizado em 04/09/2025 09:29
POLÍTICA
PF mira deputado Ricardo Ayres, aliado do governador, em esquema de cestas básicas no Tocantins
Gabriela Biló - 23.nov.24/Folhapress

O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO) foi um dos alvos da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) que investiga desvios de recursos de emendas parlamentares durante a pandemia de Covid-19. As informações são do portal UOL.

Segundo a publicação, agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento funcional do parlamentar em Brasília, por ordem do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell. As investigações se referem a fatos ocorridos na época em que Ayres exercia o cargo de deputado estadual no Tocantins.

Aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), Ricardo Ayres havia sido indicado para presidir a CPI do INSS antes de uma reviravolta que deu o comando da comissão à oposição.

Em nota encaminhada ao UOL, o deputado afirmou que não tem “qualquer relação com os atos apurados” e que a menção ao seu nome “decorre apenas da condição de parlamentar naquele período”.

A investigação da PF apura supostas fraudes na compra de cestas básicas e frangos congelados adquiridos com emendas parlamentares durante o enfrentamento da pandemia. Segundo a corporação, o esquema ocorreu principalmente entre 2020 e 2021, mas a associação entre os investigados para fraudar licitações teria se estendido até 2024.

O prejuízo estimado é de R$ 73 milhões, valores que teriam sido desviados para a compra de imóveis de luxo, gado e despesas pessoais.

De acordo com os investigadores, o nome de Ayres aparece em registros manuscritos de controle de pagamentos e em notas fiscais emitidas pela empresa Médio Norte Varejista, apontada como “meramente formal” e instrumentalizada para intermediar contratos. O parlamentar também é citado em tabelas de controle de entrega de cestas básicas junto de outros deputados — Cleyton Cardoso, Léo Barbosa e Eduardo Siqueira —, o que indicaria indícios de pagamento indevido.

Em um dos registros apreendidos, há a seguinte anotação: “emenda 150 mil. Ele qué 50 mil em dinheiro e 100 mil em cesta. Qual proposta posso fazer? Custo Cesta hje 53,00 reais. Pensei em 50 mil e 800 cestas”. O documento não especifica, contudo, a qual deputado a observação se refere.

A PF havia solicitado a suspensão do exercício do mandato dos investigados, mas o ministro Mauro Campbell indeferiu o pedido.

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