Reforma de R$ 1,4 mi: Feira segue abandonada, tomada por fezes de pombos e sem data de reabertura no maior bairro de Palmas

Por Dermival Pereira em 24/10/2025 17:02 - Atualizado em 24/10/2025 17:02
ESTADO/TOCANTINS
Reforma de R$ 1,4 mi: Feira segue abandonada, tomada por fezes de pombos e sem data de reabertura no maior bairro de Palmas
Foto: D12 News/Divulgação

A Feira Coberta do Jardim Aureny III, maior bairro de Palmas, permanece fechada e em completo estado de abandono, apesar de ter passado por uma reforma que custou R$ 1.466.815,60 aos cofres públicos. A obra foi concluída ainda em novembro de 2024, mas, quase um ano depois, o espaço continua sem qualquer utilidade social, fechado aos feirantes e ignorado pela gestão municipal.

O lugar que deveria ser um polo de comércio, convivência e renda para centenas de famílias transformou-se em um grande abrigo de pombos. O chão, as estruturas e até as paredes estão cobertos de fezes, em um cenário que expõe não apenas descaso, mas também risco à saúde pública. Para muitos moradores, a feira hoje representa um monumento ao desperdício de dinheiro e ao abandono das promessas feitas pela prefeitura.

Fechada desde o início da pandemia, em 2020, a feira foi invisibilizada pelo poder público ao longo dos últimos cinco anos. Nesse período, a estrutura foi alvo de furtos e depredações. Foram levados cabos elétricos, uma porta de banheiro, tintas da empresa responsável pela reforma e o espaço chegou a servir como ponto de consumo de drogas. Tudo isso, a poucos metros da vida cotidiana de milhares de moradores do bairro.

O investimento de quase um milhão e meio de reais não trouxe retorno algum. Ao contrário: o local permanece improdutivo, deteriorado e distante de cumprir sua função social e econômica.
Em março deste ano, a Prefeitura de Palmas anunciou que realizaria uma audiência pública para definir o destino do espaço reformado. Mas a audiência nunca aconteceu. Depois, veio uma nova promessa: a feira passaria por mais reparos antes da reabertura — o que implica novos gastos públicos, sem que o primeiro investimento tenha sequer sido aproveitado.

Entre os reparos anunciados estão:

• Nova pintura,
• Demarcações no piso,
• Instalação de bancadas,
• Criação de espaço para caminhada,
• Estrutura para vendedores de produtos automotivos.

Uma visita técnica chegou a ser mencionada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Emprego (Sedeem). A promessa: chamamento público em 15 dias, seguido da reabertura. Esse prazo passou, a feira permanece fechada e a prefeitura não apresentou nova data.

A população espera. E cansa.

A Feira do Aureny III já foi símbolo de convivência, comércio e comunidade. Era ponto de encontro, feira de sábado, espaço de troca e sustento. Hoje, quem passa por ali vê grades fechadas, poeira, sujeira e abandono. Enquanto a prefeitura adia, revisa, replaneja, promete e não entrega, feirantes ficam sem renda, moradores sem serviço e o dinheiro público sem função.

E no maior bairro de Palmas — onde tanta gente depende de economia local e espaços coletivos — fica cada vez mais evidente: não faltou dinheiro para reformar. Faltou gestão para entregar.

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