Prefeito de Palmas Eduardo Siqueira Campos foi flagrado vazando operação da Polícia Federal: ‘vão dançar dois juízes’, revela investigação

Por Redação em 30/05/2025 11:04 - Atualizado em 27/06/2025 14:07
ESTADO/TOCANTINS
Prefeito de Palmas Eduardo Siqueira Campos foi flagrado vazando operação da Polícia Federal: ‘vão dançar dois juízes’, revela investigação
Foto: Divulgação

A jornalista Daniela Lima, apresentadora do Conexão GloboNews, revelou diálogos captados pela Polícia Federal (PF) que registram o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), vazando informações confidenciais sobre investigações e operações policiais programadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolvendo o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e seu sobrinho, o advogado Thiago Marcos Barbosa e juízes do Tribunal de Justiça do Tocantins.

A Polícia Federal chegou a pedir ao ministro do Supremo relator do inquérito sobre venda de sentenças, Cristiano Zanin, a prisão e o afastamento do prefeito Eduardo Siqueira, mas ele decretou apenas o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra o gestor.

O D12 News tentou contato com o prefeito, via Secretaria Municipal de Comunicação, Secom, mas não teve resposta até o momento.

Conforme a publicação, nos registros, obtidos pela jornalista da Globo, o prefeito tinha conhecimento detalhado sobre o andamento de um processo em curso no STJ e afirmava ter uma fonte dentro do tribunal, que receberia pagamento para repassar essas informações. "Aqui vão dançar dois juízes e pelo menos três advogados", relata Siqueira a um dos alvos da investigação durante o diálogo.

O prefeito dá detalhes, em outro trecho do documento, sobre o avanço de uma investigação contra um dos alvos da Polícia Federal, o advogado Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador do Estado, que atualmente está preso. ‘É que seu caso lá em Brasília tá um pouco pior do que a gente pensava. O que acontece... a Procuradoria falou no seu processo e você não está mais apenas como parte, você figura como um polo da investigação, você está sendo investigado dentro daquele esquema e isso já saiu oficialmente’.

O prefeito relata, inclusive, ter ‘um amigo em Brasília’ e antecipa a realização de uma operação da PF no estado. "Não ia sair antes do recesso, viu? Só quando chegasse em agosto’.
Segundo informou a publicação, para a polícia, o vazamento das operações pelo prefeito comprometeu a eficácia da operação e levou à obstrução da investigação. A jornalista revelou, em seu blog, que a arapongagem ilegal de um ministro do Supremo, por exemplo, custava R$ 250 mil.

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