Quando a água some, sobra o silêncio: a velha crise da água em Novo Acordo e o sumiço dos que prometeram solução

A falta de água em Novo Acordo (TO) não é novidade; é um descaso que se arrasta há anos, atravessa gestões e, lamentavelmente, continua sem solução definitiva. O drama, que já castigava a população em anos anteriores, se agravou durante a administração da ex-prefeita Deuzanir Batista, aliada do Governo Wanderlei, responsável pelo acompanhamento do serviço prestado pela Agência Tocantinense de Saneamento (ATS). Em todo o período em que esteve à frente do município, Deuzani nunca demonstrou firmeza ou disposição suficiente para cobrar da ATS providências eficazes.
Há quem diga que esse problema crônico pesou fortemente para a derrota da ex-prefeita na tentativa de reeleição — afinal, o povo já não suportava mais tanta negligência.
Hoje, a situação chega a níveis inaceitáveis: moradores estão há dois dias sem água, consequência de um problema em equipamentos que não foram consertados a tempo. O fato, narrado pelos próprios cidadãos, expõe a precariedade da estrutura do sistema hídrico local, um dos mais antigos do Estado. Em Novo Acordo, ainda se utilizam canos de amianto, material cuja toxicidade é reconhecida mundialmente e que, segundo profissionais de saúde e membros da comunidade, pode provocar doenças graves — entre elas o câncer. O risco à saúde pública é real e preocupante.
Vale lembrar que este mesmo tema foi explorado no passado recente como bandeira política. Houve quem denunciasse, quem utilizasse o drama da população para atacar a ex-gestora e até para capitalizar eleitoralmente em cima da dor do povo. Hoje, esses mesmos atores se mantêm em silêncio constrangedor.
Este jornalista — que assina estas linhas — reafirma estar aberto às reclamações da população e das autoridades, independente de lado ou conveniência política. Assim como antes, quando cobramos e denunciamos, sendo muitas vezes atacados e até hostilizados, seguimos no mesmo propósito: dar voz ao povo de Novo Acordo. Eu, Dermival Pereira, e o D12 NEWS, permanecemos à disposição.
É preciso lembrar também que a questão da água foi tema central na campanha do atual prefeito, Mateus Coelho. Em vídeo gravado ainda como pré-candidato, ele classificou o problema como “urgente” e acusou a então prefeita de tratá-lo com descaso. Coelho chegou a dizer que também sofria com a falta de água. Contudo, até agora, sua gestão não conseguiu apresentar uma solução efetiva para o problema que ele próprio reconheceu como grave.
Enquanto isso, a população continua sofrendo com torneiras secas, exposta a riscos de saúde e obrigada a conviver com um sistema arcaico e negligenciado. O tempo passa, as gestões mudam, mas a água — bem mais básico da vida — continua faltando em Novo Acordo.