Casos de sarampo no Tocantins chegam a 40, com 16 confirmações em Campos Lindos

O número de casos de sarampo no Tocantins chegou a 40, segundo boletim divulgado na manhã desta terça-feira, 5, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO). Do total, 16 já foram confirmados no município de Campos Lindos, que concentra a maioria das notificações.
De acordo com o levantamento da SES, até esta terça-feira, foram notificados:
• 20 casos em Campos Lindos (sendo 16 confirmados e 4 em investigação);
• 15 em Palmas (7 descartados e 8 sob investigação);
• 3 em Porto Nacional (2 descartados e 1 em investigação);
• 1 em Nova Olinda (em investigação);
• 1 em Araguaína (descartado).
Ainda segundo a pasta, todos os pacientes têm histórico de contato com pessoas que estiveram em países onde o vírus do sarampo ainda circula ativamente. Os casos envolvem pessoas não vacinadas, que apresentaram sintomas clássicos da doença e estão sob cuidados domiciliares.
Ações emergenciais
Desde o dia 19 de julho, profissionais da Vigilância em Saúde do Estado estão em Campos Lindos para realizar ações de contenção do surto, como vacinação de contatos próximos, monitoramento de casos e orientações sobre isolamento social. A SES também enviou notas técnicas com instruções às áreas de vigilância e imunização dos 139 municípios tocantinenses.
Entre julho e agosto de 2025, foram aplicadas quase 8 mil doses de vacinas contra o sarampo. Atualmente, todas as 323 salas de vacinação do Tocantins estão abastecidas com imunizantes.
Para reforçar a imunização, o Estado realizará o Dia D de Vacinação contra o Sarampo no próximo sábado, 9 de agosto, com expectativa de mobilização em todos os municípios.
Entenda o sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa viral altamente transmissível por via aérea — ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Os sintomas geralmente surgem após 7 a 14 dias de incubação e incluem febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite. A transmissão pode ocorrer de 6 dias antes até 4 dias após o aparecimento das manchas.
Complicações como pneumonia, encefalite e até óbito podem ocorrer, especialmente em crianças pequenas e pessoas não vacinadas.
Prevenção e vacinação
A principal forma de prevenção é a vacinação, disponível gratuitamente pelo SUS. O esquema vacinal recomendado é:
• Crianças de 6 a 11 meses: dose zero da vacina dupla viral;
• Crianças de 12 meses: primeira dose da tríplice viral;
• Crianças de 15 meses a 4 anos: segunda dose da tríplice ou tetraviral;
• Pessoas de 5 a 29 anos: duas doses da tríplice viral (se não vacinadas ou com esquema incompleto);
• Pessoas de 30 a 59 anos: dose única;
• Trabalhadores da saúde: duas doses, independentemente da idade.
Medidas complementares
Além da vacina, o isolamento é fundamental. Pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem evitar frequentar escolas, locais de trabalho e contato com grupos vulneráveis por pelo menos quatro dias após o aparecimento do exantema (manchas vermelhas).
Também são recomendadas:
• Higiene das mãos com água e sabão ou álcool em gel;
• Uso de lenços descartáveis;
• Cobrir a boca ao tossir ou espirrar;
• Limpeza frequente de superfícies;
• Distanciamento social em locais de atendimento médico.
Tratamento
Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos utilizados são indicados apenas para aliviar os sintomas. A orientação da SES é que, ao perceber os primeiros sinais da doença, a pessoa procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima para avaliação e prescrição médica adequada.