Dados do IBGE: número de católicos cai 8,4 pontos percentuais na última década no Brasil; evangélicos saltam de 21,7% para 26,9%

O número de fiéis católicos no Brasil sofreu uma redução na última década, de acordo com os dados do Censo Demográfico Religiões divulgados nesta sexta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicados pelo Site Terra. Os dados mostram uma redução de 8,4 pontos percentuais de católicos no Brasil, que saiu de 65,1% em 2010 para os atuais 56,7%.
Os evangélicos, seguimento que mais cresceu, segundo o censo do IBGE, registrou um aumento da população de fiéis, passando de 21,7% em 2010 para 26,9% em 2022. Um levantamento publicado pela Veja em 2020, mostrou que a população que se declara evangélica deve ultrapassar pela primeira vez o total de católicos no país a partir de 2032, quando o número absoluto de seguidores de cada uma das duas religiões deve ficar em torno de 90 milhões.
Os números publicados por Veja constam em estudo do demógrafo José Eustáquio Alves, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. Segundo o especialista, o número de brasileiros adeptos da religião evangélica cresce em média 0,8% ao ano desde 2010, enquanto a quantidade de católicos diminui 1,2% no mesmo período. Com isso, a progressão geométrica aponta para que cada uma das duas religiões correspondam a cerca de 40% da população em 2032 (veja quadro abaixo). Se a curva se mantiver, a partir daquele ano, portanto, os evangélicos devem se tornar maioria no País.
Do montante da população que professa a fé católica no País, a maior proporção está no Nordeste (63,9%), seguido pelo Sul (62,4%), Centro-Oeste (52,6%) e Norte (50,5%).
Entre as unidades da Federação, o maior percentual de católicos, na população com 10 anos ou mais de idade, foi registrada no Piauí (77,4%) e a menor em Roraima (37,9%).
A pesquisa mostra ainda que a proporção de católicos foi maior entre as pessoas com mais de 40 anos, chegando a 72% no grupo com 80 anos ou mais. A menor proporção, no quesito idade, está entre as pessoas de 20 a 24 anos, que é também o grupo com mais pessoas “sem religião”.
Crescimento do número de fiéis evangélicos
De acordo com a pesquisa, nesse período em que a Igreja Católica viu o número de fiéis diminuir, por outro lado, consolidou-se o crescimento da população evangélica, que passou de 21,7% em 2010 para 26,9% em 2022. Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período intercensitário.
“O Censo Demográfico de 2022 mostrou a consolidação de tendências registrada pelos Censos anteriores, de redução percentual do catolicismo apostólico romano, e o aumento do percentual de evangélicos e dos sem religião”, diz a pesquisa do IBGE.
Na distribuição por grandes regiões, os evangélicos têm uma maior presença no Norte, com 36,8% e no Centro-Oeste, com 31,4%. Entre as Unidades da Federação, a maior proporção de evangélicos, na população com 10 anos ou mais de idade, foi registrada no Acre (44,4%), e a menor no Piauí (15,6%).
A pesquisa mostra ainda que a proporção de evangélicos foi maior entre os pré-adolescentes (31,6%). A menor proporção, no quesito idade, está entre as pessoas de 80 ou mais (19%), que é também o grupo com mais pessoas que se identificam como católicos.